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POETAS NO TOPO 2 – RAFFA MOREIRA, OROCHI, FBC, FROID, SAIN, DUCON, CORUJA BC1, BACO

Após o lançamento de Poetas no Topo criou-se uma grande expectativa pela segunda parte do projeto Cypher realizado pela Pineapple Supply e Brainstorm Estúdio.
A grande sacada de Poetas no Topo 2 foi sua diversidade em relação aos rappers escolhidos, e por sinal muito bem escolhidos. Vamos fazer uma breve analise no estilo de cada Mc participante para que possamos identificar melhor suas partes.

Raffa Moreira que vem se destacando no cenário por sua originalidade e técnicas aplicadas em seu estilo Trap, Orochi que como todos sabemos é uma grande peça em rimas incisivas e em estilos love song dessa vez surpreendeu com rimas sérias, FBC que em suas linhas merece bastante atenção com seus versos cheios de trocadilhos, Froid como seu flow inconfundível e sua métrica sempre bem aplicada, Sain que retoma seu posto e mostra toda sua agressividade e inteligencia em suas barras, Ducon estilo diferenciado e cognitivo, nos presenteia com suas rima ácida, Coruja BC1 que sem dúvidas é um dos principais destaques dessa cypher e pra finalizar com chave de ouro Baco Exú do Blues entra no som fazendo suas colocações sempre metafóricas e algumas vezes soando até repetitivas mas sempre com muita sapiência lanças suas farpas em diversas punchlines.

O instrumental da track, foi feito em conjunto por Disstinto (Um Barril de Rap) e Slim Beats que foi o produtor da primeira cypher. O instrumental da faixa é dividido em duas partes que tem uma virada espetacular aos 4:00min de música com a entrada de Sain nas rimas. Assista;

Letra:

[Verso 1: Raffa Moreira]
Ano passado eu ouvia coisas do tipo: Raffa, para irmão
Esse ano eu vi o Froid postando meus vídeos no Instagram
Eu vim debaixo mano, em Guarulhos tava andando de busão
Hoje eu vim pro rio de janeiro pela primeira vez de avião
Com um bordão louco tipo, mixtape mano
Cê devia ouvir a Rockstar, yeah
Tudo que eu falei veio de dentro
Juntei dez em dez pra ir gravar
Sou o MC da sua vila, fala, todo mundo desacredita
Vive no estúdio num cresce na vida
Canta em batalha, balada não vira
Cash, cash, cash, cash, nunca
Tenta, clipe, show, CD ninguém ouvia
Quando eu fui sincero tudo que eu queria
Tipo Michael Jackson, início da vida
Nego no topo!

[Verso 2: Orochi]
Pega tua ambição e usa à favor da sua vida
Pega meu conselho: dê valor ao seu trabalho, irmão
Pega tua visão, teu copo, teu beck, tua mina
Pega sua hipocrisia e vai pra casa do caralho
A minha gangue domina o Rio
Pensa que eu sou menino
Moleque bongarino
Se não tem kunk pro mix
Relaxa que nóiz manda um salve pro primo rico
Ainda sigo rindo, esses menor fudido que pensa que é bandido
Que fica trancado no quarto, fumando
Pensando que o trabalho tá fluindo
É foda, o sucesso dos mano da cidade te incomoda
Concordo com o Spinardi, a moda é criticar a moda
Saudade quando tudo era só freestyle na roda
E geral era só mais um, fumando besteira e falando: essa erva merda
Saudade o vento leva, na moral
Tu só vai falar que domina essa porra quando tu parar de gozar com meu pau, y’all
Seguindo calmo e tranquilão
Eu sei fazer o som do momento e faço do momento um som
Então sossega o faixo, não sabe não fala
Cabaço, Orochi, São Gonçalo
Que te mata agora e assina embaixo, e fé

[Verso 3: FBC]
Original GE
Informações caras
Tipo enciclopédia Barsa, formações caras
Pique atletas do Barça, Ícaro me emprestou asas
Caderno embaixo do travesseiro eu nunca tive sonhos tão reais
Terremotos na China, terror, monstro das rimas
Katrina, linhas vão te tirar do chão
KKK não são potássios
Nos deram trabalho, voltamos com essis cifrados
Paco na mão, falam
De negócios, ja que são eles o produto
A ser negociado, estão na promoção
Som de elevador? Não, de elevação
Versos originalidade e eles só versão

[Verso 4: Froid]
Ei, Froid, você é fóda cara
Queria uma foto nossa
Te acompanho das batalhas
Sua levada é venenosa
Pseudosocial é um clássico
Então vamos gravar um feat
Vai lá em casa prum churrasco
Tem PC procê, faz beat
Fala sério, eu amo o rap
Tu e Disstinto são skrr
Sua camisa tem seu logo
Como pode? É muito estilo
É sério, eu também curto MOVNI
Tipo, eu também vejo espírito
Pseudo sem fronteira óbvio
Tipo Tim infinity
Eu não li, eu não assisti
Nego eu vivo o “Negro Drama”
Minha mãe fez bruxaria
Tipo toda mãe solteira
Mas veja bem se eu não rimasse, onde eu taria?
Aposta em mim pensa no prêmio, assim que nem na loteria
Yo! 50 tons de marrom
150 sons de amor sobre a mesma mulher
Só muda o sabor do batom e do calor
Gali muito, muito playboy
Meu filho nem vai ter avô
Não entende a letra: Genius
Nem uso a caneta, Jesus
Sou um semi analfabeto, eu não li
Eu não vi, eu sou, sou
Roupas e jóias funcionam como sistema de cota
Agora os negros tem bolos de notas, e drogas, e armas
Por isso eu falo em metáforas
Não tem mais filosofia na escola

[Verso 5: Sain]
Bloco7, as verdades que cê não quer ouvir
Mas fica MEC, os moleque veio pra se divertir
Falando nisso, traz mais duas dessa ai
Estilo Jackie Chan, drunken master, killing MCs
Então paga pra assistir meu mano, eu fiz valer o ingresso
Vi uns cara se iludindo, eu fiz o inverso
Vi uns amigo partir, escrevi uns versos
Tu me ver sorrir, mano, é bem mais do que sucesso
Eu desconheço o perigo, preferido das cachorras
Ama a vida que eu vivo mas não entende o mate ou morra
Profissão perigo, as conta bate o banco cobra
Não tá envolvido, vira massa de manobra
Eu não me contento com a sobra chapa, cê tá ligado
To sempre pela Glória, como os meus soldados (KGL porra!)
Vendo como o mundo roda, roda, roda
Mas eu não ganho nada se eu ficar parado
Porque dias passam, meses passam, anos passam rápido
Escolhas são severas, vacilos sempre trágicos
O jogo é a vera e no mundo real é mágico
Sain com dente de ouro no esquema tático
Eu faço parecer fácil, faço isso a muito tempo
Churrasquinho na Pedro, eles juram que tão me vendo
Seu argumento é frágil, palavras voam com vento
Terror nenhum meu chapa, tô vivendo o momento
FALA!

[Verso 6 : Ducon]
E se for pro jogo virar, que o jogo vire, e se
For pra fazer som pra chapar meu som que fez Alice
Viajar naquela onda pura e fugir da mesmice
Acreditar que existe cura pra minha maluquice
Eu não me contive em ouvir só merda e tanta babaquice
Pros “pela” depois dessa pedra, é “pow”, rest in peace
E se essa bomba explodir antes do apocalipse
Só me dê tempo pra encontrá-la e beija-la no eclipse
Me veio o convite pra colar, eu colei com o time
Já disse: não é pra idolatrar, mas nunca subestime
Licença pra poder cantar tudo que eu quero cantar
Onze anos pra somar e eu to firme
Poesias, rataria, freguesia, noites frias
Quem diria que hoje em dia escutariam meu som
Lutei pela família, mãe Luzia, pelos crias
Que fizeram a correria sem pensar só em cifrão
Já faz um tempo, eu também sei “Quem tava lá?”
O foco é o topo, mas de ninguém vou falar
Sempre fui louco, sempre quis acreditar
Num sonho que além de estranho tem o tamanho do mar
Antigamente era diferente, é
Atualmente dizem que é droga e mulher
Mas quero mais é que se foda, já que tô fazendo bodas
E não é com a minha esposa, é com minha fé
LUZ!

[Verso 7: Coruja BC1]
Fechei meu corpo, abri minha mente, é quente
Sumi dois anos pra volta no mínimo cinco à frente
Com um álbum foda, criando hype pra mim lançar
Matar fakes e gritar “trágico” com a ironia do Sr. Omar
Alma respira jazz, igual o flow do Rakim
Vocês são seco igual cantareira na gestão do Alkmin
Apenas Dórias da rima, sem maldade
São contra o povo, mas ganham porque têm publicidade
São novos tempos , eles perderam o time
A Vida é corda bamba, to brincando de slackline
De-mo-lidor, homem sem medo
Sai do barco e andei sobre as águas, me chamem de Pedro
Sem explicação pra física, enlouqueci Isacc Newton
Tomei de assalto, me chamem de Huey Newton
Quem sabe quem foi Huey Newton, me diz?
Se não sabe estude, igual eu fazia ao ouvir Fábio Luis
Pique Marecha e o projeto livrar, eu quero livrar a cena
De cair, quebrar e só ficar os caco
Então, colei no show de MCs limitado
Esperei eles cantar, e arremessei livros no palco
Ano dos líricos , em vida entregamos rosa
Escute Amiri, ouça Drika Barbosa
Kamau é habeas corpus pra mente
Rincon, Bolt na corrida
Somos Van Gogh, e venderemos quadros em vida
Meu MC favorito: não entope a napa
Seu MC favorito: com rima eu risquei do mapa
Essa cypher é tornado, mãe Iansã que mando o sopro
Hashtag eleve o nível, ou melhor, pretos no topo

[Verso 8: Baco Exu do Blues]
Eu já me aventurei com a morte como Billy & Mandy
Vocês ligam a cobrar pra Deus e reclamam que ele não atende
O público quer que eu faça o som que vende, só pra me chamar de vendido
2017 é o ano lírico, cês tão fodido
Só falam de banca, meus pivete roubam um banco
Rap tava tipo Michael Jackson, doente e branco
Mas não deixamos, nós o curamos
Esses moleque quer ser rei só pra cagar no trono
Eu to sem tempo, me perdoa Chronos
Vai se foder para lá! Mas você já se fodeu
Eu tenho fé no seu verso como Nietzsche crê em Deus
Minha existência é heresia, Espírito Sant
Morri e voltei no terceiro dia, Malcolm Afrosamurai X
Mcs correm de mim: RUN DMC, RUN DMC
Querem patrocínio da Supreme, eu da Skol
Querem ser Gengis Khan, mas cês só são mongol
Somos reencarnação de deuses, não temo o capeta
Cês tem dinheiro, eu tenho letra
Roubo o dinheiro de MCs para dar para mães pretas
Prada pra preta, Prada pra preta
Roubo o dinheiro de MCs para dar para mães pretas
Prada pra preta, Prada pra preta

[Outro: Baco Exu do Blues]
Poetas no topo do topo (topo do topo)
Topo do topo do topo
Poetas no topo do topo do topo do topo do topo do topo
Poetas no topo do topo, topo do topo do topo do topo
Poetas no topo do topo… (sempre no topo)
Facção carinhosa, ê hey, ê hey

MUSICA – POETAS NO TOPO 2
Produção Musical – Disstinto e Slim | Brainstorm Estúdio
Mixagem/Masterização – Lucas Malak | Brainstorm Estúdio
Produção Executiva – Paulo Alvarez | Pineapple Supply

Direção/Filmagem (primeira “cypher” de diretores do rap nacional)
Guilherme Brehm (@gb_contracorrente)
Gabriel Solano (@solanoav)
Uriel Calomeni (@urielcalomeni)
Edição/Finalização – Guilherme Brehm (@contracorrenteprod)
Operador de drone – Gabriel Solano (@solanoav)

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