De todos os estilos musicais dos últimos anos 50 anos, nenhum mexeu tanto com o cenário musical como o hip-hop. É o que afirmam pesquisadores que estudaram, através de algorítimos e gráfico, a evolução da música mundial.Mais do que a música disco, o funk, o pop ou o rock n roll o hip-hop e o rap aparecem como “o evento mais marcante da paisagem musical global” ao longo deste período, estimam os pesquisadores no estudo publicado na revista especializada Royal Society Open Science.
O hip-hop nasceu nos bairrros pobres do Bronx, em Nova York. Sua chegada ao mercado fonográfico claramento mudou a música pop, de acordo com este trabalho.
Especialmente em 1991, quando artistas como LL Coll J surgiram na cena musical.
Armand Leroi, um biólogo evolucionista da Imperial College London, e Matthis Mauch, cientista da computação de Queen Mary University of London, transcreveram em algoritimos e computação gráfica as diferentes características de trechos de músicas do período que vai de 1960 a 2018.
Os pesquisadores se basearam no estudo de cerca de 17.000 títulos presentes na lista Billboard Hot 100, o ranking semanal das faixas mais populares no Estados Unidos e basicamente também mundial. Isolando as diferente características das canções. como a frequência de certo acordes e tipos de instrumentos ou vozes.
“E, não surpreendentemente, a maioria das características das músicas mudam pouco de um ano para o outro”, explica Armand Leroi
“Mas às vezes, as diferenças tornam-se mais evidentes e em poucos anos, as coisas evoluem rapidamente. Estes são aqueles anos chamados de ‘revolucionários’.
Três “revoluções” foram identificadas – em 1964, 1983, 1991 – sendo esta última de longe, a mais importante aos olhos dos pesquisadores.
A de 1964 foi marcada pelo desenvolvimente de vários estilos ao mesmo tempo, destaca o estudo. Especialmente o soul, o rock, e o doo woop, uma variação do rhthm and blues. A revolução de 1983 foi marcada pelo new wave, o disco e o hard rock.
Mas em 1991 foi claramente o hip-hop, na avaliação de Armand Leroi. Com um aumento claro de canções com “discurso energético” e “sem acordes”.
“O hip-hop explodiu, como se viesse do nada”, explica Leroi à AFP.
O hip-hop estava lá desde os anos 1980, mas de uma forma mais confidencial, praticada nas ruas de Nova York e Los Angeles. E, derepente, ele invadiu as paradas de sucesso.
Para Matthias Mauch, o estudo fornece dados científicos raros sobre a evolução do pop. “Alguns especialistas e cientistas levantam a tese de que a música está se uniformizando”, observa, “mas por meio da análise dos dados coletados, nós não confirmamos esse fenômeno.”