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Livros sobre o Hip-Hop que você deveria ler

Em maio deste ano, a Unicamp incluiu versos dos Racionais MC’s na leitura obrigatória para o vestibular. Em junho foi lançado na Netflix, “Unsolved”, Série sobre o assassinato de Tupac e Notorious B.I.G, inspirada em livro feito por ex-detetive que investigou os casos.

O nome artístico do rapper pernambucano Diomedes Chinaski por exemplo, revela fortes influencias da literatura. O “Diomedes” vem de um personagem de historias em quadrinhos do escritor, ator e dramaturgo brasileiro, Lourenço Mutarelli, Que a propósito dirigiu o ultimo clipe do rapper Diomedes, titulado Comunista Rico.“Chinaski” vem de “Henry Chinaski” um personagem literário, protagonista de vários livros do escritor estadunidense Charles Bukowski.

Diomedes Chinaski e o Lourenço Mutarelli

Foto por Daniela Rodrigues

Tupac Shakur por exemplo, adotou o pseudônimo Makaveli, em seu quinto e último álbum de estúdio. Uma referencia à Nicolau Maquiavel, que escreveu livros como A Arte da guerra O Príncipe.

A Influencia e a importância da leitura na cultura hip-hop é inquestionável, então destacamos alguns livros sobre.

Se Liga No Som – As Transformações do Rap No Brasil

Não há como falar sobre o rap sem associá-lo ao racismo e à desigualdade social. Assim como nos Estados Unidos, os rappers brasileiros saíram dos bairros periféricos para se projetarem no cenário musical. Com posições de enfrentamento, outras mais apaziguadoras, questões caras sobre a sociedade brasileira emergem na produção artística desses jovens músicos. A ambiguidade do poder público em relação às batalhas de rua, o posicionamento dos rappers no mercado musical, a adesão da indústria fonográfica e de artistas consagrados são alguns dos temas tratados neste livro, que, longe de trazer respostas definitivas, propõe, a partir de uma introdução da história do rap, provocar, questionar, levantar dúvidas sobre essa nova e, acima de tudo, estimulante forma de fazer música.

Hip Hop e a Filosofia

O Hip Hop é um gênero musical incompreendido por muitas pessoas. Recentemente, tem sido associado ao estilo ostensivo dos cantores de rap, que exibem seus carrões e correntes de ouro, ou ainda, a músicas depreciativas, principalmente em relação às mulheres. No entanto, poucos sabem que o Hip Hop tem suas raízes fixadas em uma forte ideologia de emancipação dos negros e na redução da desigualdade social decorrente do preconceito racial. Essa disparidade fez com que os autores Derrick Darby e Tommie Shelby examinassem mais detalhadamente esse gênero musical e, baseados em seus conhecimentos filosóficos, produzissem Hip Hop e a Filosofia – Rhyme 2 Reason, com o intuito de mostrar que, mesmo com a popularização do Hip Hop, ainda é possível extrair muito de sua essência africana e de seu conteúdo contestador. Por isso, este livro não é interessante apenas para aqueles que apreciam o Hip Hop, pois ele também ampliará seu conhecimento com relação a uma comunidade específica, e, por meio das analogias com filósofos como Nietzsche, Platão, Hobbes, Mill, entre outros, você irá se deparar com posições às vezes antagônicas, porém consistentes, sobre o comportamento do ser humano independentemente da sua raça.

Um Bom Lugar 

A biografia oficial de Sabotage tem prefácio de Paulo Miklos, com quem o rapper estreou no set de filmagens de O Invasor, de Beto Brant. Em sua incursão pelo cinema, ele também atuou no filme Carandiru, de Hector Babenco. Mas antes do auge, Sabotage era o Maurinho do Canão, sobrenome que emprestou da favela onde nasceu, encravada no Brooklin, bairro paulistano que mais desenvolvia no país que se redemocratizava. O disco Rap é Compromisso, de 2001, é um dos mais influentes e respeitados pela novíssima cena do Hip-Hop. ‘Um Bom Lugar’ é a primeira biografia definitiva de um rapper brasileiro, lançado dez anos após seu assassinato, o livro nos mostra que Sabotage continua atual como a frase-síntese de sua obra: ‘Rap é compromisso, não é viagem!’

Hip Hop Genealogia

A história do surgimento do hip hop em forma de quadrinhos, “Hip Hop Genealogia” foi direto para a lista dos mais vendidos do The New York Times, foi aclamado pela crítica de quadrinhos e também a crítica musical. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Eisner Awards, o mais importante dos quadrinhos norte-americanos. Agora o livro chega ao Brasil em uma edição luxuosa, com prefácio do Emicida. Um dos principais lançamentos editoriais de 2016. “Ed Piskor é um nerd – um gênio nerd que eu adoraria conhecer. Ao ler Hip Hop Genealogia, eu só pensava que ele uniu minhas duas paixões adolescentes em um só material. Seu livro é um trabalho minucioso, de precisão cirúrgica, feito com o amor e o talento que só um fã autêntico é capaz de dedicar ao objeto de sua admiração.” – Emicida

Rap e política: Percepções da vida social brasileira

Rap e política traz as vivências sociais, culturais e políticas de quem faz e experimenta o rap em seu cotidiano. Em seu primeiro livro, Roberto Camargos, pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia, se debruça sobre mais de 10 mil composições de temas variados, produzidas no país desde a década de 1990 até os dias de hoje, para introduzir o leitor a esse universo em expansão de intenso diálogo da música com a vida social, uma espécie de “raio-x do Brasil”. Camargos mostra o rap nacional – dos Racionais MC’s aos rappers maranhenses, goianos, baianos e de outros rincões brasileiros – como um fenômeno que supera a música feita para e pela indústria cultural, para se tornar uma forma ativa de engajamento social e resistência. As composições têm em comum a sua origem: experiências históricas e sociais de uma comunidade musical ainda hoje marginalizada.

Gangsta Rap

Ray e seus amigos estão à deriva nas ruas de East London. Brigas em casa, indiferença na escola, e um talento incompreendido. As adversidades do subúrbio parecem prestes a transformá-los em estatística, a não ser que eles descubram uma forma de reagir. Com uma pitada de suingue jamaicano e uma boa oportunidade, talvez o grupo encontre uma vazão para seus impulsos criativos. Mas as duras leis da periferia se aplicam também ao mundo do hip-hop, e as disputas de gangues transitam perigosamente entre o palco e os bastidores do showbiz. O escritor, poeta e músico Benjamin Zephaniah nos mostra o difícil cotidiano da periferia, e revela todos os reveses que o talento transforma em combustível para a arte. Em ‘Gangsta rap’, acompanhamos a trajetória desses três jovens sufocados pelo preconceito, cujo destino parece ser o mesmo de tantos outros rapazes nos bairros pobres das grandes cidades. Zephaniah nos apresenta toda a energia de Ray, captando a força de suas rimas e a intensidade das batidas que tocam esta trama surpreendente e contemporânea, percorrendo a realidade de uma juventude que encontra poucas alternativas e muitas portas fechadas, mas que tem muito a dizer.

A Rima denuncia

A rima denuncia é uma arma espetacular de poesia e sensibilidade. Exercício de memória do ponto de vista dos vencidos, se é que se pode chamar de vencido um povo que amargou e amarga séculos de dominação sem curvar-se ao jugo do opressor- os colonialistas estrangeiros e os domésticos. A rima denuncia é mais uma demonstração sem massagens do que é capaz um povo para não se deixar dominar. É História com veneração pelas palavras. GOG é o poeta do Rap, sacerdote das rimas, alquimista de versos e mudanças. GOG é o poeta de todos nós. Neste livro, ele constrói o hip-hop nacional, tijolo por tijolo, letra por letra, léxico por léxico, partitura por partitura. Estamos diante de uma obra de arte. A busca racional da palavra que cinge brechas para uma outra sociedade que não seja autoritária e excludente, mas com uma postura popular que seja combativa. Eis o propósito que vemos a cada página que viramos, como se riscássemos o vinil a cada canção que elegemos para nos deliciar a alma.

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