Em maio deste ano, a Unicamp incluiu versos dos Racionais MC’s na leitura obrigatória para o vestibular. Em junho foi lançado na Netflix, “Unsolved”, Série sobre o assassinato de Tupac e Notorious B.I.G, inspirada em livro feito por ex-detetive que investigou os casos.
O nome artístico do rapper pernambucano Diomedes Chinaski por exemplo, revela fortes influencias da literatura. O “Diomedes” vem de um personagem de historias em quadrinhos do escritor, ator e dramaturgo brasileiro, Lourenço Mutarelli, Que a propósito dirigiu o ultimo clipe do rapper Diomedes, titulado Comunista Rico.“Chinaski” vem de “Henry Chinaski” um personagem literário, protagonista de vários livros do escritor estadunidense Charles Bukowski.
Tupac Shakur por exemplo, adotou o pseudônimo Makaveli, em seu quinto e último álbum de estúdio. Uma referencia à Nicolau Maquiavel, que escreveu livros como A Arte da guerra e O Príncipe.
A Influencia e a importância da leitura na cultura hip-hop é inquestionável, então destacamos alguns livros sobre.
Se Liga No Som – As Transformações do Rap No Brasil
Não há como falar sobre o rap sem associá-lo ao racismo e à desigualdade social. Assim como nos Estados Unidos, os rappers brasileiros saíram dos bairros periféricos para se projetarem no cenário musical. Com posições de enfrentamento, outras mais apaziguadoras, questões caras sobre a sociedade brasileira emergem na produção artística desses jovens músicos. A ambiguidade do poder público em relação às batalhas de rua, o posicionamento dos rappers no mercado musical, a adesão da indústria fonográfica e de artistas consagrados são alguns dos temas tratados neste livro, que, longe de trazer respostas definitivas, propõe, a partir de uma introdução da história do rap, provocar, questionar, levantar dúvidas sobre essa nova e, acima de tudo, estimulante forma de fazer música.
Hip Hop e a Filosofia
Um Bom Lugar
Hip Hop Genealogia
Rap e política: Percepções da vida social brasileira
Gangsta Rap
Ray e seus amigos estão à deriva nas ruas de East London. Brigas em casa, indiferença na escola, e um talento incompreendido. As adversidades do subúrbio parecem prestes a transformá-los em estatística, a não ser que eles descubram uma forma de reagir. Com uma pitada de suingue jamaicano e uma boa oportunidade, talvez o grupo encontre uma vazão para seus impulsos criativos. Mas as duras leis da periferia se aplicam também ao mundo do hip-hop, e as disputas de gangues transitam perigosamente entre o palco e os bastidores do showbiz. O escritor, poeta e músico Benjamin Zephaniah nos mostra o difícil cotidiano da periferia, e revela todos os reveses que o talento transforma em combustível para a arte. Em ‘Gangsta rap’, acompanhamos a trajetória desses três jovens sufocados pelo preconceito, cujo destino parece ser o mesmo de tantos outros rapazes nos bairros pobres das grandes cidades. Zephaniah nos apresenta toda a energia de Ray, captando a força de suas rimas e a intensidade das batidas que tocam esta trama surpreendente e contemporânea, percorrendo a realidade de uma juventude que encontra poucas alternativas e muitas portas fechadas, mas que tem muito a dizer.
A Rima denuncia
A rima denuncia é uma arma espetacular de poesia e sensibilidade. Exercício de memória do ponto de vista dos vencidos, se é que se pode chamar de vencido um povo que amargou e amarga séculos de dominação sem curvar-se ao jugo do opressor- os colonialistas estrangeiros e os domésticos. A rima denuncia é mais uma demonstração sem massagens do que é capaz um povo para não se deixar dominar. É História com veneração pelas palavras. GOG é o poeta do Rap, sacerdote das rimas, alquimista de versos e mudanças. GOG é o poeta de todos nós. Neste livro, ele constrói o hip-hop nacional, tijolo por tijolo, letra por letra, léxico por léxico, partitura por partitura. Estamos diante de uma obra de arte. A busca racional da palavra que cinge brechas para uma outra sociedade que não seja autoritária e excludente, mas com uma postura popular que seja combativa. Eis o propósito que vemos a cada página que viramos, como se riscássemos o vinil a cada canção que elegemos para nos deliciar a alma.