L7nnon chega no melhor, correndo pelo certo, grato por tudo que alcançou. O álbum conta com a participação especial de MV Bill, Lourena, Maia e John. “Mato no Peito” chega suave e introduz o tema central do disco, um existencialismo musical que convida a reflexão. São 11 tracks avançadas de um disco que merece ser ouvido do começo ao fim!
O álbum continua num jogo entre trap e boombap, no qual, particularmente, as bases intrumentais e a lírica afiada de L7nnon destacam-se muito mais, como vimos em “Despertadores”. Desde o lançamento da track, no ano passado, seu disco tournou-se bastante esperado pelo público e pela crítica. Outras notícias como sua colaboração com Mv Bill, pioneiro Old School do Rap Nacional, causaram bastante expectativa.
Entre os traps mais marcantes, “Treinado”, “Já Venci” e “Podium” chegam pra provar que o MC sabe acompanhar o beat e é capaz de conquistar seu espaço na cena mainstream atual. Acontece certa subversão na letra, como foi visto em algumas faixas específicas do disco do FBC, “SCA”. Caneta afiada e letras contundentes sobre superação e realidade social, que contrastam com o cenário trapper acostumado com temas como drogas, bebidas e nem de armas e grana. Essa não é a mensagem que L7nnon deseja passar! Ainda assim, as características da vertente se mantem: lírica e batida (timbres/sequenciamentos) repentindo fórmulas conhecidas do que é consumível, somado a bons intrumentais e boa produção. “Podium”, a faixa que dá nome ao álbum, é a prova disso, não soa como novidade aos ouvidos, mas é bastante convincente.
Com 24 anos, seus lançamentos independentes proporcionou que ele ganhasse respeito e conquistasse um espaço rapidamente no rap carioca. Após Despertadores”, vimos no fim do ano uma nova versão de L7nnon em já “Já Venci”, predecessora do disco atual, que reflete bem seu trabalho. Natural de Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, o rapper conta sobre sua ascensão profissional, sobre ter ido morar na zona sul, fala de preconceitos e também de vitórias.
A faixa ainda faz alusão ao Rio de Janeiro, assunto recorrente em suas músicas:
RJ é o bem e o mal andando de mão dada na esquina
Descontando a raiva na rima
Engenheiro? Não, pedreiro
Toma mais essa obra prima!
Outra referência em suas letras é sua carreira como skatista. L7nnon competiu profissionalmentenos últimos 5 anos, participando de campeonatos mundiais. Seu talento não passou desapercebido e em junho de 2018, firmou contato com a Papatunes Records, selo de Papatinho (ConeCrewDiretoria) que oferece estrutura completa de direção e produção musical, marketing e distribuição digital. O artista soma 15 apresentações nos últimos meses ainda sem álbum.
Além de coragem o albúm transborda amor e positividade. Em “Sorrisos” ele e Lourena (que soa incrível nessa faixa, desde timbre a técnica vocal) falam sobre um amor que acabou, mas reforçado pelas atitudes positivas de manter-se bem: “Eu to correndo tanto, sorrisdo tanto. Olha o que plantamos, sorriso e não pranto”. “QQCQDM” uma abreviação de Que que cê quer de mim narra uma situação cotidiana de encontros e idealizações do futuro. (Quem nunca, não é mesmo?)
É um dos trunfos do disco, Podium é de facil identificação para o público. Quem nunca quis vencer e alcançar o pódio? “1994”, última faixa do disco, retrata sua história de vida e sua personalidade extremamente cativante. Entre áudios emocionados da família e mensagens de autoafirmação e esperança, ele encerra seu primeiro trabalho autoral como alguém que tem muito o que dizer e escolheu o Rap pra expressar sua mensagem.
Escute todo o disco que já está no Spotify. O clipe de “Podium” estreia nesta sexta, às 20h, no canal da Papatunes:
