Em tempos de diuturnas mudanças e ascensões na cena, devemos ficar de olho em talentosos artistas que realizaram trabalhos consistentes e prometem brilhar este ano. Hoje vamos ter uma sucinta conversa com o MC Capone, uma grande promessa da cena de São Gonçalo. Vitor Virax, membro da equipe, levantou questões como influências, novo single e futuros projetos. Confira:
Vitor Virax: Conte um pouco como foi seu primeiro contato com o rap, o que te influenciou faze-lo e quando começou.
Capone: Meu primeiro contato com o rap foi na infância, eu ouvia rap tradicional com uma pegada mais under e também adorava ouvir charme, e R&B.
O que me influenciou a fazer rap foi na verdade uma brincadeira que fiz com uns amigos com violão e zoando, foi quando vi que sabia fazer freestyle e como eu ja cantava desde a infância, eu decidi voltar a fazer música só que agora usando algo que nunca havia feito como uma forma de desafio
Vitor Virax: Sobre tal experiência de canto, qual vertente musical realizava ? É notório bastante musicalidade em suas canções, como você pretende trabalha-las ? No atual momento, o “hype” está sendo traps com pontuais melodias voltadas ao RnB, o que você acha da mesma ?
Capone: Eu comecei cantando na igreja na infância, mas sempre gostei de rock também e na adolescência eu montei uma banda de rock em São Gonçalo, cantava com alguns amigos também em bandas deles.
A questão da musicalidade eu pretendo trabalhar de forma que sejam comerciais e que tragam um diferencial dentro do meio do rap, eu gosto de trabalhar a melodia vocal e o minha voz mesmo não sendo tão boa, o fato de ser mais grave e um pouco rouca me permite trabalhar os drives e outras coisas também.
Na questão do trap com uma pegada R&B eu acho muito bom e isso nos dá mais liberdade pra expressar um sentimento maior, as vezes as pessoas pensam em rap como algo que não se pode misturar e eu já vejo uma forma de encaixar coisas que na teoria não combinam, muita gente acha que trap tem q ser só swag, crime e grana, eu acho lindo quando pego um beat de trap com soul, r&b e etc, isso da um up na criatividade da gente.
Vitor Virax: Como foi sua passagem pela 7G e como você diferencia seu novo trabalho e sonoridade em carreira solo ?
Capone: A 7G foi o inicio de tudo, minha vida no rap se iniciou ali e sou muito grato por tudo que aprendi e por todos que conheci, problemas todos temos, mas ali eu conheci pessoas que vou levar pra toda a vida.
Meu novo trabalho agora solo é o nascimento de um confronto com toda a cena, o Capone mudou e inicia esse ano de 2019 com uma sonoridade melhor e mais bem trabalhada, focando o mainstream e o mercado musical em geral.
Vitor Virax: Você é de São Gonçalo e ao falarmos de São Gonçalo não podemos deixar de citar a Batalha do Tanque, que emergiu diversos artistas que estão bombando. Sobre seu período de freestyle, você chegou a batalhar ?
Capone: Na verdade eu só batalhei uma vez de zoeira na batalha do porto em monjolos e cheguei na final, mas nunca tive muita paciência, acho muito foda e valorizo todos os MC’s de batalha pq eles são verdadeiros poetas, mas nunca tive o desejo real de batalhar por não ver um espaço pra mim e também me achei muito velho pra isso (risos).
Vitor Virax: Conte-nos o que anda escutando atualmente (qualquer vertente) e quem considera reais influências para seu rap (de rap).
Capone: Eu ando escutando muito samba, ouço rock mais agressivo, ouço folk, muito MPB e blues. Minhas influências reais gringas são Akon, Eminem, Nate Dogg, Nelly, Keith Sweat, R.Kelly e Dr Dre. Minhas influências nacionais são Racionais, Ao Cubo, DBS, Dexter e D2.
Virax: Sobre seu novo single “Jogador Caro”, como foi realiza-lo, do processo criativo à repercussão ?
Capone: Cara, foi muito bom fazer um som numa vibe diferente do que costumo fazer, o processo criativo foi bem engraçado porque eu tava em casa terminando a letra e meu amigo Gabryel Nuds tava comigo me dando opiniões e etc. Como sempre fazemos um com o outro e quando tive a ideia do refrão em inglês a nossa reação foi como se estivéssemos escutando a melhor música do mundo, todo o processo criativo durou 4 dias juntando o tempo que aguardei pela masterização, o clipe foi gravado 2 dias depois de eu ter gravado a guia e fizemos o clipe em 1 dia apenas, usamos cerca de 20 takes juntando drone e câmera de mão.
Eu to feliz com a repercussão, o som ta tendo bons comentários e já recebi 3 pedidos de composição por causa do som e isso pra mim é o resultado de um bom trabalho, sei que não são tantas visualizações como eu esperava, mas sei que tudo têm o seu tempo e esse ano nosso trabalho vai ser muito mais profissional e com certeza entraremos de vez na cena até o final desse ano
Vitor Virax: O que podemos esperar de você este ano ? singles, EP’s, participações, um álbum ?
Capone: Esse ano eu vou lançar o maior projeto da minha carreira antes do carnaval, é a música que vai me colocar de vez na cena, e tenho 6 participações de peso em 8 musicas que vou lançar ainda esse ano, meu EP deve sair no final do ano pois estou trabalhando ele desde o ano passado e quero que seja algo inesquecível para o público. Fechei algumas parcerias em música que vão deixar muita gente espantada (risos).