Artista promissora do rap nacional, a curitibana Karol de Souza lançou nesta sexta-feira (25/10) o álbum “GRANDE!”. Este é o primeiro trabalho em carreira solo da artista, que chama atenção pela contundência em suas rimas. O trap é a sonoridade mais marcante no álbum, cuja abordagem passa por temas como a birracialidade, o colorismo, privilégios e aponta as imposições da mídia em relação ao comportamento da mulher. A capa do disco também chama atenção por usar referências internacionais, como Cardi B e Nicki Minaj. Karol também não poupa críticas aos padrões de beleza estipulados pela sociedade e ao comportamento da mulher pela mídia e pela sociedade.
“Eu sempre me enxerguei como uma pessoa negra e nunca tive nenhuma dúvida, mas quando eu vim para São Paulo eu comecei a ser apontada como uma pessoa branca várias vezes ou como “ah você não é negra, você é tipo morena” umas coisas assim, você é tipo mulata, parda, esses termos péssimos. E aí depois que eu vim morar aqui eu entendi que eu tenho uma parte branca e que eu não podia esconder isso, muito pelo contrário e agora eu estou entendendo também quem eu sou.”, conta a MC, neta de avô italiano, que tem uma tonalidade de pele mais clara, mas cresceu numa família negra e sempre se reconheceu como tal.
O single do projeto é Fé Pra Tudo, que teve videoclipe lançado na semana passada. Gravado de forma despretensiosa, com celulares, o material virou clipe quase que por acaso. A direção é de Luan Batista.
“Fé Pra Tudo foi feito com câmeras de celular durante a sessão de fotos da capa do GRANDE! O clima tava tão bom que, minha equipe fez stories, vídeos mais longos e até bumerangues… E a gente colocou a música pra tocar, eu cantei brincando e assim foi até o final… Depois eu percebi que esse material era rico e que podia virar um clipe! Quem sabe faz a hora né!”, afirma.
Para a MC, seu intuito não é agradar ninguém, muito menos ter hype ou popularidade, como ela mesma esclarece ao longo do CD.
“Esse disco foi produzido de uma forma muito natural. Nada foi pensando em vender, em agradar, etc… Eu fiz o que eu gosto e o que eu sei fazer!
Tenho a sorte de trabalhar com a Mayra Maldjian que além de Dj, é uma pesquisadora musical, e isso enriqueceu o meu trabalho ao longo do tempo! Tive a oportunidade de trabalhar com o Léo Grijó, que assumiu a produção e a direção musical do disco. É um cara crânio, que manja de tudo quanto é estilo musical. O disco tem um clima orgânico e é uma explosão das minhas experiências”, finaliza Karol.
