O Festival IMuNe – Instante da Música Negra – se encerra com shows de Elza Soares e Renegado, IMuNe, Meninos de Minas, Favelinha Dance, MC Dellacroix, além do rapper Djonga como Griot. Os shows serão projetados em empenas de Belo Horizonte e transmitidos via Youtube.
Elaborado por um coletivo homônimo que milita pelo protagonismo de pessoas negras na música, o evento é parte de uma plataforma que fomenta e amplifica carreiras pretas.
Vidas Negras Importam. Quem não ouviu essa frase em 2020? Num ano em que o protagonismo de pessoas negras na sociedade é amplamente discutido, o coletivo IMuNe realiza a segunda edição do festival de mesmo nome. Neste sábado, 26 de setembro, o Festival IMuNe se encerra com um espetáculo afroapocalíptico e inédito. Esta grande live de encerramento conta com shows da deusa preta homenageada Elza Soares e Flávio Renegado, IMuNe, Meninos de Minas, MC Dellacroix, Favelinha Dance e o rapper Djonga como o griot que conduzirá a noite.
O espetáculo-live “Imune Experience” é a celebração da luta pela vida, vidas negras. Djonga interpreta Kalunga, o Griot que é o próprio tempo e no tempo viaja narrando a diáspora negra. O narrador percebe que o mundo vem acabando a cada pessoa negra morta violentamente. Griot é um termo Iorubá (uma das maiores etnias do continente africano), que significa um contador de histórias, um narrador cênico. Djonga será o ator que conduzirá a noite com a performance desse personagem afroapocalíptico.
Concebido como um festival itinerante de música negra, o IMuNe é o único no Brasil com essas características. Em 2020 vem em novo formato: um híbrido de virtual e físico. “Imune Experience” é uma experiência artística e questionadora que traz a profusão da música e do teatro em grande live exibida através do Youtube do coletivo IMuNe e projetada em empenas de Belo Horizonte: no Centro e no Aglomerado da Serra. A escolha dos locais foi estratégica para que os moradores consigam assistir de suas janelas, ampliando para mais pessoas essa experiência.
Como reiniciar a experiência negra em solo inimigo? Se imunizando das pragas do apagamento histórico. Contando as histórias que foram afogadas no mar, cantando as canções castigadas sem ar. Os shows que compõem o espetáculo-live representam a saga do contador de histórias. Meninos de Minas é o encontro com a ancestralidade. Favelinha Dance ensina a cura pela diversão. MC Dellacroix traz as infinitas possibilidades de existência. Renegado – convidado de Elza – traz a onda negra contemporânea. E ela, a mulher do fim do mundo e do agora, grande homenageada e madrinha do Festival – Elza Soares – é a presença de Deus. Paz boa é paz preta!
Essa experiência será realizada no Centro Cultural Lá da Favelinha, na Vila Santana do Cafezal – Aglomerado da Serra, um grande bairro-favela da região centro-sul de Belo Horizonte. Ali, os artistas estarão reunidos com todos os cuidados e seguindo as normas e recomendações dos órgãos de saúde.
O IMuNe Experience tem a direção de Lucas Costa, dramaturgia de Marcos Fábio de Faria, argumento de Bia Nogueira, figurino e arte por Daiana Arcanjo e Carina Fonseca e inspiração oriunda da Teoria Afroapocalíptica criada pelo multiartista Rodrigo Jerônimo.
“IMuNe Experience” será o encerramento do Festival IMuNe 2020, mas não da plataforma de ações IMuNe, que segue lançando videoclipes até novembro. Até agora, o coletivo IMuNe lançou três clipes.
Assista “PODEMOS FAZER”:
Assista “ME DEIXA DANÇAR”:
Assista “MOVIMENTO É PODER”:
Confira as datas dos próximos, no YouTube do IMuNe:
05 de outubro (segunda) – Quarto Clipe: “QUEM É VOCÊ?”
19 de outubro (segunda) – Quinto Clipe: “PRA LIMPAR TERREIRO”
02 de novembro (segunda) – Sexto Clipe: “PRETA IABÁ”
16 de onovembro (segunda) – Sétimo Clipe: “TAURINA”
30 de novembro (segunda) – Oitavo Clipe: “MINHA GANG”
O IMuNe reforça que – mais do que uma tendência dos tempos atuais – o antirracismo é uma necessidade urgente. A visibilidade do movimento antirracista está apenas começando. O Festival IMuNe 2020 quer ocupar todos os canais online e offline com a música produzida por pessoas negras, assim como fomentar suas respectivas carreiras.
“O IMuNe é uma plataforma agregadora de artistas negros. Nosso desejo é potencializar a carreira de músicos e musicistas pretes por meio de uma atuação em 360°, promovendo ações que vão da produção à divulgação, passando pela distribuição, agenciamento e apoio financeiro para a criação”. afirma Bia Nogueira, idealizadora do Coletivo Imune.
O festival IMuNe foi selecionado por Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura de Minas Gerais (LEIC), ao lado de Bemti, Azul Flamingo, Sara não Tem Nome e Malta (Mulheres da América Latina reunidas pelo Tambor), por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para 122 projetos de música até 2019, como Fernanda Takai, Lô Borges e Meninos de Araçuaí.
“Este projeto, assim como os demais selecionados pelo edital Natura Musical, tem a potência de gerar impacto positivo no ecossistema onde está inserido. Isso se traduz em ações de inclusão, apoio à diversidade e educação. São pilares que impulsionam as mudanças que desejamos vivenciar no mundo”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
O que é o IMuNe?
Formado por Bia Nogueira, idealizadora do coletivo, Cleópatra, Gui Ventura, Maíra Baldaia, Raphael Sales e Rodrigo Negão, o IMuNe surge como plataforma de criação artística que conecta presencial e virtualmente pessoas negras da música, desconstruindo o nosso infeliz histórico de invisibilização devido ao racismo estrutural e revelando potências que vibram cada vez mais.
O projeto IMuNe – Instante da Música Negra, nasce em 2016, com a ideia de reunir novos nomes da música mineira, promover encontro entre gerações, distribuir produtos fonográficos, produzir conteúdo musical como videoclipes, programas de web, gerar um banco de dados online e conduzir carreiras de artistas. Mais do que tudo, um espaço para provocar questionamento: “quais são os instantes em que a música produzida por negros ocupa os palcos e meios de comunicação no Brasil?” A interrogação lhes provoca vontade de debater acerca do racismo.
Em quatro anos de atuação, o grupo já desenvolveu diversas ações de incentivo em cidades como Belo Horizonte, São Paulo e Juiz de Fora: Mostra IMuNe, que selecionou mais de 30 músicos pretos para apresentações em Belo Horizonte. O primeiro Festival IMuNe em 2016, que teve Chico César como homenageado; Mostra Permanente IMuNe; IMuNe em Festa; IMuNe in Festa: Mostra IMuNe São Paulo; Mostra IMuNe no Aquilombô e muitos outros. Agora, em 2020, o Coletivo IMuNe amplia suas ações tornando-se também um grupo musical formado por seus seis integrantes – Bia Nogueira, Cleópatra, Gui Ventura, Maíra Baldaia, Raphael Sales e Rodrigo Negão, onde todos cantam, tocam e compõem, lançando oito videoclipes para marcar essa estreia enquanto banda.
Sobre Natura Musical
Natura Musical é a principal plataforma de patrocínio da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 159 milhões no patrocínio de 467 projetos – entre CDs, DVDs, shows, livros, acervos digitais, documentários e projetos de fomento à cena. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2020, o edital do programa selecionou 41 projetos em todo o Brasil. A plataforma digital do programa leva conteúdo inédito sobre música e comportamento para mais de meio milhão de seguidores nas redes sociais. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com cerca de 120 shows ao longo de 2019.
Serviço Festival IMuNe 2020:
IMuNe Experience:
Data: 26/09/2020
Horário: 20h
Locais:
Transmissão/ Youtube do IMuNe
https://www.youtube.com/IMuNeoficial
Projeção/ Empenas
Endereço do Aglomerado: Rua Oliem Bonfim Guimarães, 61 – Aglomerado da Serra – Belo Horizonte.
Endereço do Centro: Av. Amazonas s/n, Centro – Belo Horizonte.
Evento Gratuito