Numa decisão que está sendo considerada como histórica, a ONU aprovou uma recomendação para reclassificar a maconha e, assim, abrir espaço para seu uso médico mais amplo. A nova classificação retira o produto de uma lista de narcóticos mais perigosos, como a heroína. Mas as demais resoluções propostas para garantir maior liberdade de uso não foram aprovadas.
O Brasil votou contra a proposta, assim como fizeram regimes como China, Egito, Rússia ou Turquia.
Na América Latina, os governos do Uruguai, Colômbia, Equador e México foram favoráveis, além de EUA, Canadá e grande parte da Europa.
A proposta da OMS havia sido apresentada em 2019. Mas uma forte resistência tentava impedir que o tema sequer fosse a votação. Quando o voto ocorreu, nesta quarta-feira, 27 países votaram pela reclassificação e 25 foram contrários. Houve ainda uma abstenção.
Para Steve Rolles, analista político da Transform Drug Policy Foundation, a mudança representa o fim de uma classificação mais proibitiva e “é o reconhecimento de que (a maconha) tem uso médico”. “Isso vai facilitar acesso a remédios e pesquisa”, afirmou. Para ele, a decisão corrige um “erro histórico”, tomado há 60 anos.
Hoje, de fato, cerca de 40 países já reconhecem o uso medicinal da maconha. Mas a chancela da ONU, na visão dos especialistas, abrirá a possibilidade para que outros governos tomem o mesmo caminho.
Fonte: UOL