A artista, que teve seu Instagram hackeado em abril e segue sem acesso ao perfil, é a primeira convidada do projeto intimista.
Com influência de regionalismos e cantos africanos, a rapper Tamara Franklin constrói uma miscelânea rítmica capaz de unir samba, baião, reggae, blues e todos os tambores, das mais diversas africanidades, aos discursos fortes do rap numa proposta de resgate à ancestralidade e inovação. Como primeira convidada do projeto Estúdio304| convida, a mineira lançou na última semana (28) o pout pourri 80 tiros/ diamantes.
Escrita em 2019, “80 tiros” nasce diante de mais episódios de violência contra a população negra no Brasil. Na época um carro com uma família dentro acabava de ser fuzilado por militares no Rio de Janeiro e policiais entraram em baile funk em São Paulo e mataram nove jovens.
Já “Diamantes” fala sobre o jogo político que se faz com a população negra que por diversas vezes é colocada no fronte das lutas, mas na hora de eleger representantes isso muda. Elegemos apenas brancos, inclusive na esquerda. A música também traz a necessidade de respeitar a memória de Marielle Franco. Marielle é semente e tratar o ‘Marielle Presente’ apenas como frase de efeito esvazia o peso de sua morte e deixa de lado a importância e a seriedade com a qual deve ser tratada.
O pout pourri “80 tiros/ Diamantes” é protesto, é resistência, é sobre não se calar diante da realidade e importância dessas pautas.
A artista está desde abril sem acesso ao seu perfil no Instagram, principal forma de contato com o público neste momento de pandemia, após ação de um hacker. Apesar das tentativas de contato com a plataforma, até o momento Tamara não teve retorno. A rapper explicou um pouco do acontecido em um vídeo. Saiba mais aqui.