Em tempos de artistas genéricos e de pouca expressão, devemos colocar os holofotes nos talentos que buscam sair fora da caixa e realizar algo grandioso. Falemos Riko Viana, formidável artista cria da comunidade do Inhoaíba, localizada em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Desde cedo apaixonado pela música, iniciou aos 14 anos como cantor e compositor em uma banda de rock com fortes influências do New Metal e até bandas nacionais que conversavam com o rap, como o consagrado Planet Hemp. Com o passar do tempo, acabou desanimando da música visto que seus amigos de banda não estavam no mesmo gás de compromisso e neste sentido, entrou em um hiato.
Neste mesmo período, ingressou nas artes cênicas, foi estudar teatro; neste meio conheceu o formidável produtor André Paixão, que já trabalhou com nomes como Matanza e Acabou Lá Tequila. Vendo Riko Viana cantar, lhe despertou interesse de o produzir e ajudou a dar o seu primeiro passa na carreira solo, que foi inclinado para o MPB.
Anos depois, Riko foi alvo de um infeliz ataque xenofóbico em que uma senhora lhe desferiu ofensas sobre sua origem nordestina; após tal fato, lhe despertou um forte interesse para saber mais sobre a história de sua família, que veio de Maceió em busca de melhores oportunidades na capital fluminense. Neste meio tempo, atuando como produtor executivo ao lado do produtor musical Xavier2bit (que veio a ser seu sócio), se viu literalmente dentro do rap; já tendo trabalhado com nomes como Xamã, Major RD, Nabrisa, Morgado, Pelé Milflows e Froid.
Em suas produções, podemos destacar a brasilidade, além de ter as raízes do Hip Hop, mescla elementos da música popular brasileira (não necessariamente o MPB), especialmente as advindas do nordeste, como o brega. Segundo o mesmo, em seu ponto de vista, o brega tem muitos pontos em comum com o rap, funk e até o samba, por ser um ritmo visceral, feito majoritariamente por pessoas periféricas, ouvidas majoritariamente por pessoas periféricas e geralmente realizada com poucos recursos.
Atualmente, não se atendo às produções e também cantando, Riko Viana define seu estilo como Chamegaria; música brega com elementos do rap e demais estilos que formaram a sua identidade musical. Um expressivo single foi “Modo Avião“, lançada em 2020, que expressa muito bem esta sonoridade.
Recentemente o próprio Froid, que já foi gravado pelo Xavier2bit, junto com Riko Viana, como produtor executivo, se manifestou nos stories dando a entender que seria o prioneiro da mistura do trap com a pisadinha, algo questionável visto que o próprio Riko e não dificilmente outros músicos sem a visibilidade no Brasil, já trabalham a vertente. O artista carioca acabou de disponibilizar uma formidável prévia de “Trepadinha“, música está que já tem alguns meses e possui justamente a sonoridade de trap com pisadinha, chamado pelo mesmo como a vertente “Trepadinha“.
