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Grupo indígena de rap, Nativos MCs celebra suas origens no single e clipe “Sou Kuikuro”

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No dia em que se celebra o “Descobrimento do Brasil”, em 22 de abril de 2021, o grupo Nativos MCs homenageou as origens dos povos que viram suas terras invadidas com o single e clipe “Sou Kuikuro”. Agora, quase um ano depois, o trio indígena troca o boombap da original pelo trap em uma nova interpretação da faixa, com os beats de Senpai. O lançamento é do projeto Voa Parente, do selo Azuruhu, destinado a oferecer visibilidade e representatividade para iniciativas musicais de povos originários de várias regiões do Brasil.

Nativos Mc’s – Sou Kuikuro

Lançada na esteira da bem recebida nova música “Tente Entender”, “Sou Kuikuro” traz novamente o orgulho da terra e da comunidade de onde se originam Macc JB, Urysse Kuykuro e PajéMC. Se a primeira dialogava com o homem branco, que perpetua o preconceito e a destruição de seus antepassados, a nova faixa é uma celebração do povo Kuikuro, suas tradições e culturas, dos mais velhos que passam a sabedoria para os mais jovens.

Nativos Mc’s – Tente Entender

Nativos MCs é um projeto que surgiu na Aldeia Afukuri, da etnia Kuikuro, localizada no Alto Xingu (MT). Os rappers mostram sua realidade e defendem seu território e tradição por meio da música. A língua Kuikuro se funde ao Português em uma proposta de ampliar o discurso político do grupo e usar a arte como agente transformador na luta por direitos. O povo Kuikuro lida com constantes violências como desmatamento, poluição, queimadas, invasões, envenenamento da terra e da água, e todas essas questões surgem nas letras dos Nativos MCs.  

“A inspiração nas letras é para trazer um olhar para essas questões e a atenção para os temas que nos afetam e que a sociedade brasileira não tem noção. Devido a uma educação em bases coloniais, a população é educada sem saber nada sobre as verdadeiras realidades e a diversidade indígena no país. A cultura se mantém viva dentro do território, e também resiste em todos os espaços, em tradições e práticas diárias. Assim, unidos e fortes para continuar existindo, tendo forças para as lutas. O nosso compromisso enquanto povos indígenas é defender nossas terras e a biodiversidade”, conta o grupo.

O projeto Voa Parente, do selo Azuruhu, consiste em trocas entre jovens artistas de diferentes etnias indígenas por todo o país, sobre os caminhos na arte e na música, gerando incentivo e autoestima. Indígenas favelados estão proporcionando  as ferramentas para gravação, produção musical e audiovisual para outros grupos e artistas indígenas que estão surgindo na cena musical que vivem também em outras realidades, seja nas aldeias ou nas cidades. Recentemente, o selo lançou o primeiro álbum: “Kwahary Tazyr”, de Kaê Guajajara, vencedora do Prêmio Arcanjo de Cultura 2021.

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