A conversa que aconteceu no canal da Fatos Em Resenhas fluiu de uma forma bem descontraída, diversos assuntos abordados e tópicos interessantes. Nesta entrevista você consegue entender e conhecer melhor a visão da recém produtora da Zona Oeste, que vem mostrando um trabalho muito bem feito e profissional: a AllMuTe.
Um dos tópicos mais conversados durante o programa começou com a seguinte frase:
“A internet foi minha professora.” – D Wasconcellos
Os anfitriões e convidados falam sobre o processo de empreender sem capital, aprendendo de forma independente e começando do zero. Mostrando o quanto pode ser difícil pra quem não nasce em berço de ouro, mas que nada é impossível.
Nicius comenta: “Assim que eu comecei me interessar por música, já ingressei no rap, a principal inspiração para isto foi o Rashid. Meses depois de escutar o primeiro som e ficar viciado, já dei início a escrita, mas era muito sem ritmo, sem métrica, foi um começo péssimo.“
Também foi parecido para Fatos, juntando um pouco das histórias, percebe-se que rola uma identificação entre as pessoas envolvidas, numa entrevista fora das câmeras com o podcast, o anfitrião disse:
“A ideia era ser algo como uma produtora/canal que falasse sobre moda, mas sempre gostei muito de conversar e conhecer as pessoas, sempre tive essa vontade. Quando bombou esse formato eu comecei a consumir muito, gostava da interação e do que acontecia durante as lives. De tanto assistir percebi que os convidados eram tudo da mesma bolha, então joguei a ideia do programa pra Anita, para fazer algo diferente, mas ela não abraçou de primeira. Depois de certo tempo e insistência, conseguimos tirar o projeto da cabeça e passar para o papel, do papel pro computador, e hoje já é uma grande realidade.“.
Durante a entrevista, outro assunto muito bem abordado foi sobre se profissionalizar na área do rap/trap e como não buscar o conhecimento pode atrapalhar o seu trabalho:
“As pessoas querem fazer a música, jogar de qualquer maneira no YouTube e esperar as visualizações chegarem, não é assim. Às vezes o maior problema é o artista que se acha artista demais, ele acha que contratando o seu trabalho, você tem que fazer tudo, e ele mesmo não liga para nada que está envolvendo a arte dele, mas eles têm que aprender, até para não ser enganado futuramente e ter um olhar crítico sobre o próprio trabalho.” – Anita para AllMuTe.
Esse é um dilema que está presente na cena nacional, por ser um estilo que pode ser feito com um pouco mais de acessibilidade, onde você só precisa de um computador e às vezes um microfone. A nova leva de MC’s que está chegando, acha que não precisa entender mais sobre o assunto, que só fazer um bom flow (que na maioria das vezes é só cópia) e uma letra mediana, já vai bombar nas redes, só que não é bem assim:
Mik’3 disse: “Quando a gente pensa em criar as coisas como se fosse para nós, sempre vamos colocar a vida no trabalho. Na AllMuTe pensamos muito assim, se for para fazer igual a todo mundo, se for pra exercer só o básico, a gente prefere não fazer. Buscamos entregar um serviço bem feito, que tenha um bom alcance tanto para o artista que estamos trabalhando quanto para nós, como gravadora.“.
Como também foi mencionado por um dos anfitriões no podcast, existem 3 músicas da Legião Urbana que serviram de inspiração para filmes, devido a imensa riqueza contida na história. Sem impor regras, mas é muito notável que todo esse cuidado não existe tanto hoje em dia, principalmente na cena do trap.
Não é só escrever em cima de um beat e lançar de qualquer maneira na internet, tem que ter um estudo por trás e existir um contexto no que você está criando. Até a música mais apelativa, que foi feita exclusivamente pra bombar no TikTok, tem um estudo. Então por que as músicas que você, artista, faz para tentar ganhar a vida nesse mundo, não teria?
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