Projota resgata tom político e denuncia o racismo estrutural em novo single lançado nesta quinta-feira, dia 13
Até hoje o racismo limita as possibilidades do negro no Brasil. Apesar disso, Projota soube vencer as adversidades e construir uma carreira de sucesso com mais de vinte anos. Começou nas batalhas de rima e conquistou o país com suas letras anos depois, mas sempre manteve o tom político da sua arte. Desde janeiro sem lançar música, o rapper retorna para botar para fora toda sua indignação contra a opressão racial no lançamento do single “Corra!”, disponível em todas as plataformas digitais nesta quinta-feira, dia 13, com clipe no canal do YouTube do artista.
Na música, Projota abusa de flows refinados e da lírica que o consagrou, mas dessa vez no drill, provando que sabe ser atual sem perder sua essência. Em tom de revolta, ele exige mais para os seus: “Querem que eu fique calado, preto não pode falar / Querem que eu seja um bom gado, pra ser fácil de domar / “Povo brasileiro é tão guerreiro ele sempre aprende a superar” / A gente não quer mais superação / A gente quer champagne com caviar”.
Nesse sentido, não só as letras, mas o clipe da faixa também é repleto de referências: desde a coroa de Notorious Big e Jean Michel Basquiat, o trono que remete aos antepassados reais de Projota e, claro, o filme homônimo “Corra!”, sucesso do diretor Jordan Peele que abordou de forma contemporânea a angústia que o povo negro passa. Inclusive, o clipe está repleto de manchetes que escancaram tais absurdos e inspiraram o rapper a escrever.
Projota comenta sobre seu novo lançamento: “Eu compus essa música após muito tempo de reflexão e em meio a um profundo rancor que guardei por conta de cada momento em que o racismo se fez presente em minha vida. Nos meus últimos trabalhos eu estava lidando com problemas internos como a depressão e isso se refletia nas letras que falavam muito sobre os meus problemas, mas agora me sinto apto novamente para falar sobre os nossos. Essa
música é um grito de liberdade, é pra deixar claro que não somos descendentes de escravos, mas de reis e rainhas, além de religiosos, pensadores, poetas, músicos, médicos, engenheiros, etc. “CORRA!” é pra tacar fogo na casa grande.”