“Sana” significa Caminho em Kwaytikindo, língua do povo indígena Puri, um dos idiomas mais antigos falados no RJ e na região sudeste. O EP celebra a vida
de jovens indígenas hoje e o amor que nutre a luta, como também o amor pela sua terra. Com uma inovadora sonoridade combinando sua língua originária com afrobeats, em letras fortes com uma ótima interpretação, onde mesmo quem não entende consegue sentir o impacto na alma.
Neste novo projeto, Kandu canta suas vivências entre aldeias indígenas e favelas, narrando os sentimentos de um jovem indígena do RJ que vive em terra roubada e os desafios para encarar o racismo e o preconceito. As músicas falam muito de um sentimento ancestral que cria raízes em sua vida:
“É uma homenagem para o território sagrado Puri. Essa região que hoje chamam de Sudeste brasileiro é a terra ancestral do meu povo e seguimos presentes hoje em todos esses estados, RJ, SP, MG e ES. Tivemos grande parte de nossos territórios roubados, destruídos, poluídos, desmatados, invadidos e tivemos que ter inúmeras estratégias para continuar vivos e manter a cultura viva. Hoje, o povo Puri segue resistindo após tantas violências da colonização, e mesmo vivendo em cidades, favelas, quilombos, aldeias de outros povos,ou transitando, estamos levando adiante nossa cultura, nossa língua e nossa resistência e eu celebro isso”
Kandu Puri é referência na música indígena contemporânea. Isso porque ele é cofundador do selo artístico indígena Azuruhu, o primeiro voltado para o
desenvolvimento de artistas indígenas, organizado e protagonizado por jovens artistas indígenas. Através do selo, já participou diretamente de diversos projetos de artistas de diferentes povos e regiões do país. Nos lançamentos de estreia dos Nativos Mc’s, foi produtor musical e editor de clipes. No inovador primeiro album visual indígena do país, Kwarahy Tazyr, da premiada artista Kaê Guajajara, ele dirigiu, gravou, editou e colorizou todos os clipes do álbum, além de cantar em um feat do lançamento. Ainda além, foi curador da I Bienal de Arte Indígena do Rio de Janeiro, onde também expôs suas esculturas de cerâmica valorizando a cultura de seu povo e fortalecendo os outros tantos artistas indígenas que participaram do projeto. Agora, Kandu mira seu arco em seus novos projetos musicais e audiovisuais, trazendo em ritmos dançantes e contagiantes, rimas profundas sobre as realidades indígenas hoje e a história de resistência de seu povo Puri.
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