ÁlbumFunk

NOVO ÁLBUM DO #ESTUDEOFUNK APROFUNDA DISCUSSÕES NECESSÁRIAS

“#EOFunk Volume 3”, terceiro disco produzido pelos talentos do projeto, chega às plataformas musicais nesta sexta-feira, 30

Família, espiritualidade, amor e sexo.
Esses são apenas alguns temas que dão vida aEOFunk Volume 3, terceiro álbum do #estudeofunk é o programa de aceleração artística e desenvolvimento de jovens talentos do funk carioca. Disponibilizado em todos os aplicativos de música a partir do primeiro minuto desta sexta-feira (30), o disco adiciona novos sons, texturas e discussões ao portfólio do projeto.
São 12 faixas, todas compostas, produzidas e interpretadas por 18 de seus artistas participantes. A realização é da Fundição Progresso. Na ativa há cerca de um ano, o #EOF segue cumprindo a sua missão de viabilizar a imersão de jovens artistas funkeiros em uma estrutura que os ajude a evoluir criativamente. Com isso, este terceiro LP reafirma o compromisso de registrar a potência de seus artistas. “O #estudeofunk se alimenta da vontade de impactar e registrar o poder do movimento carioca”, discorre Taisa Machado, diretora artística do projeto. “A riqueza de diversidade que o projeto abriga é sem dúvida nosso maior tesouro e reflete a ebulição cultural conectada à cena funk que rola no Rio de Janeiro e na região Metropolitana”.
Segundo a pesquisadora e realizadora, é dessas várias vivências e olhares diversos que vem o pulo do gato dos lançamentos do #EOF. No terceiro álbum da discografia, isso se reflete na forma crua e honesta com que as narrativas se desenrolam, faixa a faixa.

ESPIRITUALIDADE E VIVÊNCIA
Ao mesmo tempo oração e confissão, a intro do disco prevê vários dos temas que virão à tona nas canções seguintes. Sob o som cru da voz acapella de VI100TINA, a produção chamada “Querido Diário” dá o tom do projeto, que coloca seus artistas em uma espécie de terapia de peito aberto.
A MC aparece em outros momentos da tracklist, inclusive para versar sobre os poderes da espiritualidade enquanto ferramenta de cura. É o caso de “Eu Sou Fé”, onde o clima de positividade é construído pela mistura entre as referências à fé cristã e à sonoridade do candomblé. Tudo isso embalado pela batida poderosa do DJ Joss Dee.
Por sua vez, a religiosidade de matriz africana se mistura ao batidão pesado do funk carioca em “A Voz de Anastácia”, cantada por Isa Leall, com beat por TK8 DJ. “Coragem
pra causar revolta através da palavra / Consciente ela foi, era a voz de Anastácia”, ela canta, ao recontar a história da princesa angolana Oju Orum (depois renomeada Anastácia), que teria sido capturada para o Brasil e escravizada por aqui, sempre mantida calada por uma máscara, em meados do século XVIII.
De volta à contemporaneidade, a poderosa “Oração da Favela” retrata seu intérprete – Langa, acompanhado por produção assinada por DETONACRY – clamando, em reza, por
melhores condições de vida para os seus. É um pedido de paz, com beat construído à base de sons de tiros de arma de fogo, numa ilustração do cenário de violência vivido em
locais de vulnerabilidade social país afora. É frequente e latente no disco, inclusive, esse uso das rimas com intuito de reivindicar discussões sociais. Em “Não Deito Pra Bofe”, por exemplo, DUHPOVO exalta suas conquistas na arte, mas assume que a vitória deve ser coletiva, não individual: “Não adianta fama luxo e maconha / Se quem tu ama continua sem grana”, ele divide, sob produção por BEAT DO ÁVILA e DETONACRY. Na poderosa “Índigo”, os versos VI100TINA trilham jogos de palavras, ao mesmo tempo em que refletem sobre violência e injustiça social.
Mais ensolarada, “Ser Para Viver” revela os vocais imponentes de Flávio Soul, ao refletir sobre as delícias de uma infância feliz e acolhedora, elementos que fariam parte da construção de um adulto confiante. Na mesma levada, “O Jogo Virou”, protagonizada por K. West e Jump, evidenciam a existência de histórias felizes na favela, para além dos cenários violentos pintados pelos noticiários policiais.
TODA FORMA DE AMOR
A positividade em meio aos desafios. Talvez seja essa a principal mensagem do novo álbum, que conta ainda com narrativas referentes aos mais diversos tipos de amor.
Em “Papo de Noite” reina o amor romântico, que chega de repente e vem para ficar: “Sem egoísmo nem papo de posse eu só quero poder / Ter a certeza que todas as noites você não vai ficar sozinha”, rimam Savag3 e Slain. Já em “Vamos Embora Preto”, acompanhamos o amor instantâneo e noturno, que não necessariamente precisa ver o sol raiar, sob produção rasgante do DJ João da CDD e versos certeiros de Carol Félix. No outro extremo desse espectro, “Já Disse” desenha o amor próprio necessário para que
Pocket, em versos decididos, se retire de uma relação abusiva. Enquanto isso, o carinho familiar é fio condutor da grandiosa “Mãe”, que é uma carta de amor de Jump à mulher que o criou, sozinha. Aqui, o MC assume seus erros, declara sua admiração e reconhece a força da mãe preta solo, cuja história se repete em muitos lares brasileiros. E conclui: “Sei que o que eu fizer é pouco / Do meu jeito louco ainda vou te orgulhar”.
O álbum “#EOFunk Volume 3” é mais um lançamento fomentado e criado dentro do projeto estudeofunk, programa de aceleração artística e desenvolvimento de jovens talentos do funk, realizado pela Fundição Progresso. A novidade chega às plataformas de áudio e streaming pelo selo FundiSom, enquanto a curadoria e os workshops são organizados pelo programa. A distribuição fica a cargo da Atabaque.

EOFunk Volume 3 – TRACKLIST
Interlúdio: Querido Diário – VI100TINA
Oração Da Favela – Langa (prod. DETONACRY)
Não Deito Pra Bofe – Duhpovo (prod. Beat Do Ávila e DETONACRY)
Eu Sou Fé Artista – Vi100tina (prod. Joss Dee)
Papo De Noite – Savag3 feat. Slain (prod. Prodrusso)
Já Disse – Pocket (prod. Beat Do Ávila)
Vamos Embora Preto – Carol Félix (prod. DJ João da CDD)
Mãe – Jump (prod. DETONACRY)
Ser Para Viver – Flávio Soul (prod. Prodrusso)
O Jogo Virou – K.West feat. Jump (prod. Beat Do Ávila)
Índigo – Vi100tina (prod. DETONACRY)
A Voz De Anastácia – Isa Leall (prod. TK8 DJj)

FICHA TÉCNICA ÁLBUM #ESTUDEOFUNK VOLUME 3
REALIZAÇÃO: SELO FUNDISOM | FUNDIÇÃO PROGRESSO
ARTISTAS: MC Carol Félix, Duhpovo, Flávio Soul, Isa Leall, Jump, K.West, Langa, Pocket,
Preto Chief, Savag3, Slain, Vi100tina
PRODUÇÃO MUSICAL: Beat Do Ávila, Detonacry, DJ João Da Cdd,
Joss Dee, Prodrusso, Tk8 DJ
CURADORIA ARTÍSTICA: Vanessa Damasco, Emerson Facão e Lil Produtora
COORDENAÇÃO DE PROCESSOS MUSICAIS: Ju Dorotea
DIREÇÃO MUSICAL: Ariel Donato
DIREÇÃO VOCAL: Vitu Voz
MIXAGEM E MASTERIZAÇÃO: Ramiro Mart, Lucas Cassano
DIREÇÃO DE ARTE e IDENTIDADE VISUAL: BERRO INC.
FOTOGRAFIA: Priscila Martinho
DESIGN: Mendes Öjwlio

ESTUDEOFUNK

IDEALIZAÇÃO: Uirá Fortuna, Cristina Nogueira e Vanessa Damasco
DIREÇÃO GERAL: Vanessa Damasco e Cristina Nogueira
MARKETING MUSICAL: Atabaque
PATROCÍNIO MASTER: BEATS, Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de
Estado de Cultura e Economia Criativa através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura
FOMENTO: Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Especial de Integração Metropolitana
via Programa Integra Rio e Secretaria Municipal de Cultura via Fomento à Cultura Carioca –
FOCA.
PROPONENTE: Viva Brasil
REALIZAÇÃO: Fundição Progresso
SOBRE O #ESTUDEOFUNK
Idealizado pela Fundição Progresso e Viva Brasil, com patrocínio da BEATS, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o #estudeofunk opera pela aceleração artística de DJs, MCs, dançarinos, cantores e beatmakers da cena do funk carioca. O palco desse processo é a Fundição Progresso, na Lapa, mais precisamente no galpão recentemente reformado para receber toda a estrutura do projeto.

SOBRE A FUNDIÇÃO PROGRESSO
A Fundição Progresso é conhecida por receber grandes produções de importantes nomes da música brasileira e internacional. O espaço é, primeiramente, resultado dos esforços de um grupo de artistas que, depois de fundarem a companhia teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone e a casa de shows Circo Voador, salvaram o prédio da antiga fábrica de fogões e cofres da Lapa da demolição. Nascia ali, em 1982, um dos palcos musicais mais importantes do Brasil. Além de casa de shows, a Fundição Progresso funciona também como centro cultural e escola de artes, um espaço de incentivo à cultura, pesquisa das artes e estudo de expressões artísticas. Já foi palco de diversos projetos socioculturais de impulsionamento cultural, como é o caso de #estudeofunk, que atualmente ocupa um dos galpões

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